Origem e História

As Origens de Alagoa


Deduz-se que a origem geográfica da aldeia tenha ocorrido num local denominado “Pombal”, que se situa a uma distância de cerca de 600 metros do centro do actual aglomerado. É composto apenas por três habitações, as quais mantém ainda a traça de outrora, estando uma delas praticamente em ruínas.

Nas proximidades desse local existia uma lagoa. A qual, com o passar do tempo –  e devido a factores geográficos – desapareceu, ficando apenas a sua designação.

Devido ao isolamento provocado pelo mato agreste e pelos caminhos dificilmente transitáveis, os nossos antepassados ao querem fixar-se neste local, começaram a construir as suas habitações em zonas mais planas, com melhores acessos e em redor da lagoa existente, afastando-se assim do local denominado “Pombal”. Daí a proveniência do nome da aldeia, surgido pelo hábito das suas gentes ao dizerem: “vou à lagoa”.

As Suas Gentes e Tradições


Envolta num meio rural, antigamente, a população desta freguesia vivia predominantemente do trabalho no campo.  Mais tarde, continuando em grande percentagem no trabalho de agricultura, virou-se também para a indústria: serralharias,  carpintarias, panificação, moagem e lagar de azeite. Algumas famílias dedicavam-se ainda à exploração do leite. Ou seja, tinham uma ou mais vacas leiteiras, que alimentavam de pequenas parcelas de terreno que elas próprias cultivavam, as quais ordenhavam para vender o leite de forma cooperante.

O trabalho no campo durava todo o ano. Em Janeiro faziam a “monda”, ou seja, com um sacho tiravam as ervas dos campos de trigo, anteriormente plantados. Mais tarde era altura de sachar o milho, o qual já seria colhido por altura do Verão. O milho era colocado em monte para ser “desembandeirado”, isto é, era-lhe tirada a maçaroca, a qual era depois “descarolada” (tirar o carolo, ou seja, despegar os bagos de milho). Esta última tarefa era geralmente feita à noite, com a ajuda de vizinhos e familiares, onde se ouviam divertidas histórias e muitas cantigas populares. No princípio de Maio, ceifava-se a aveia, o centeio e, por fim, o trigo. Depois de ceifados, o centeio era malhado e o trigo era amontoado para ser transportado em carros de bois para um local plano e livre de arvoredo, onde era empilhado em forma de pirâmide, a que se dava o nome de “eiras”. Feito este trabalho, as mulheres limpavam o terreno, onde apanhavam alguma comida para os animais. Depois de limpo, os homens lavravam-no, utilizando um arado que era puxado por bois ou mulas. Chegada a altura da apanha da azeitona, em Outubro, homens e mulheres colhiam-na e transportavam-na para o lagar, onde era transformada em azeite.

Alagoa também sempre foi terra de costumes e tradições, entre as quais se encontram grandes casamentos, a celebração do carnaval, festas religiosas e os santos populares.